Max Weber identificou as características essenciais das burocracias, que ajudam tais organizações a alcançar seus objetivos, crescer e perdurar.
Elas incluem:
1. Uma hierarquia onde as atribuições fluem para baixo e a responsabilidade flui para cima;
2. Uma clara divisão de trabalho e responsabilidades;
3. Regras escritas;
4. Comunicações e registros escritos;
5. Impessoalidade.
As características da burocracia de Weber descrevem um tipo ideal – um composto de características baseadas em muitos exemplos específicos.
A verdadeira natureza da burocracia difere bastante da imagem idealizada por Weber.
O modelo de Weber dá conta apenas de parte das características das burocracias, que tem muitas disfunções:
1. A burocracia, ou a adesão estrita às regras e procedimentos, no limite, pode representar orientação total aos meios e nenhuma aos fins e aos resultados;
2. A falta de comunicação entre as unidades (ou seriam silos?) e as pessoas pode significar que às vezes elas estão trabalhando ao mesmo tempo com propósitos cruzados; às vezes uma unidade “desfaz” o que outra unidade fez. Muitas vezes duas unidades estão fazendo a mesma coisa, simplesmente porque a comunicação é ruim e uma unidade não tem informação do que a outra está fazendo;
3. A alienação burocrática, um sentimento de impotência e ausência de normas, que ocorre quando os trabalhadores são designados para tarefas repetitivas visando aumento de produtividade sem que entendam o propósito do trabalho e os seus fins para os clientes;
4. Para resistir à alienação, os trabalhadores formam grupos corporativos dentro do grupo maior que é a organização, relacionando-se uns com os outros não apenas como trabalhadores, mas como pessoas que interagem e valorizam o relacionamento;
5. O burocrata alienado é aquele que se sente preso ao trabalho, não toma iniciativa e não fará nada além do que é absolutamente necessário ou é mandado fazer. Além disto, usa as regras como justificativa para fazer o mínimo possível;
6. A incompetência burocrática se reflete diretamente no Princípio de Peter, quando membros de uma organização são promovidos por um bom trabalho no teto de sua competência para o próximo nível para o qual é incompetente.
Isto ocorre em processos de seleção falhos para cargos de perfil gerencial, por exemplo.
Organizações burocráticas e, portanto, muito hierárquicas tendem a irem promovendo os profissionais, até o momento em que um profissional de perfil técnico é colocado em um cargo que exige perfil gerencial, que ele não tem.
E então as coisas ficam ainda piores.
Entenda o Princípio de Peter – O princípio de Peter: quando a ascensão leva à incompetência
Inspirado no original em CSN.edu – Bureaucracy and formal organizations
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