“As pessoas devem praticar a indignação; devem indignar-se com maus serviços, com processos lentos, com a burocracia excessiva, com a experiencia ruim, com clientes insatisfeitos.” Guilherme Horn, em Mindset da Inovação.
Por Joel Solon Farias de Azevedo
Fundador da ProValore
O final de ano é o momento adequado de pensar e repensar no que a gente está fazendo, como está fazendo, para quê e para quem está fazendo e por último: porque está fazendo. Vale para mim, vale para você e vale mais ainda para as organizações.
Na capa de Mindset da Inovação, Guilherme Horn tem um recado forte:
Inove enquanto não é necessário. Depois pode ser tarde demais!
As organizações, assim como as pessoas, têm muita dificuldade em mudar. Com o tempo tornam-se inflexíveis e quase impermeáveis ao novo. Sempre que uma nova ideia contraria ou não está alinhada com aquilo que se acredita, ela é imediatamente bloqueada ou evitada e às vezes sequer discutida.
O fato é que hoje a maioria das organizações sabe que precisa adotar uma nova dinâmica para seus negócios ou a qualquer momento serão surpreendidas por novas organizações com soluções muito mais simples para atender as necessidades dos atuais clientes da sua organização. Se a solução for muito boa até os clientes mais fiéis irão embora.
Não precisamos fazer aqui um obituário de grandes organizações outrora muito importantes que não existem mais. Você se lembra de várias.
A chave da mudança está na cultura organizacional e nas pessoas. Se de um lado uma startup não tem limites, uma organização com cultura fechada tem muitos, inúmeros freios. O que você ouve muito nas organizações: – Não pode; não dá; já tentamos e deu errado; temos mais o que fazer; pra quê mexer em time que está ganhando?
Darwin provou tem dois séculos que não devemos distinguir fortes de fracos ou bem-sucedidos de malsucedidos. Devemos distinguir quem se adapta e aprende dos que não aprendem.
A andragogia explica a diferença na aprendizagem entre crianças e adultos de um jeito simples: a criança aprende sem contestar, porque não tem um conceito anterior, um preconceito sendo discutido. O adulto, ao contrário, precisa questionar o seu preconceito e concordar com primeiro desaprender para somente depois aprender novamente substituindo o conceito anterior pelo novo conceito.
Tanto a pessoa física quanto a pessoa jurídica definem e decidem seu futuro em relação à mudança e à transformação.
Em ambos os casos, tanto a não decisão quanto a decisão tardia podem ser fatais.
O processo de mudança é igualmente doloroso na pessoa física e na organização de cultura fechada. Tanto que a maioria sucumbe.
A transformação digital da pessoa física já ocorreu, com o smartphone. A da pessoa jurídica precisa ocorrer o mais rápido possível, enquanto é tempo e enquanto o seu cliente ainda não foi tomado por outro fornecedor em qualquer lugar do mundo.
Faça uma análise bem simples e rápida da sua organização respondendo às perguntas abaixo:
- Ela tem uma cultura fechada e resistente à mudança?
- Ela não abre espaço para a inovação e disrupção dos processos? Ou quando abre está apenas fingindo?
- Ela acredita que o sucesso no passado possa garantir o sucesso no futuro?
- As pessoas acreditam que a melhor forma de fazer as coisas é como estão sendo feitas?
A história no futuro vai nos confirmar ou não se estamos vivendo a maior extinção em massa de negócios mundo afora.
A pandemia acelerou o processo à medida que mostrou para as pessoas o seu poder de escolha de produtos e serviços não mais no seu bairro, mas no mundo todo.
Você já se deu conta disso?
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Talvez ainda dê tempo.
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