Inovação, empreendedorismo e intraempreendedorismo

Todo dia chegam a você mantras como empreendedorismo, intraempreendedorismo e resiliência como remédios para promover a inovação.

Se você é brasileiro e nasceu há mais tempo, é um privilegiado ser da geração X.
Assim, já está acostumado a enfrentar a barreira da mesmice e da não mudança combinada com a lei do menor esforço, dominante na cultura brasileira.

E sempre ouviu frases engraçadas do tipo:

– “Não se mexe em time que está ganhando.
– Se sempre foi feito desse jeito, por que vou arriscar fazer de outro jeito?
– Pra que fazer diferente, se não precisa?”

É muito difícil inovar. Aqui nos trópicos é ainda mais, porque as barreiras são ainda maiores.

Reproduzimos aqui embaixo um estudo comparativo das culturas brasileira, francesa e americana:

Fonte: A EXPERIÊNCIA DA CULTURA NACIONAL E DA EXPERIÊNCIA DECISÓRIA SOBRE A PERCEPÇÃO DO PROCESSO DECISÓRIO INDIVIDUAL: Um estudo comparativo entre Brasil, França e Estados Unidos. 1999. Amarolinda Iara Costa Zanela. UFRGS. PPGA Escola de Administração. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31284/000238808.pdf?sequence=1

Na cultura brasileira a distância de poder é maior e as hierarquias são mais rígidas, a autonomia é sempre menor e a responsabilidade pelos resultados ou pelo fracasso não é compartilhada, mas sim debitada aos gestores.

Aqui o ditado dominante é:

“Manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Eu fiz do jeito que me mandaram.”

Combine vários elementos como hierarquia rígida, concentração de poder, evitação de conflitos, orientação a procedimento e aversão à incerteza e temos as condições necessárias ao bloqueio da inovação e orientação à NÃO MUDANÇA.

O papel do intraempreendedor

Há tempos o pessoal da Strategyzer nos traz reflexões instigantes que se aplicam a todas as culturas indistintamente. Especialmente Alex Osterwalder e Tendayi Viki.
No seu último livro – Pirates in the Navy, Tendayi Viki relata o papel do intraempreendedor como um pirata.

Steve Jobs já tinha feito isto.
Ele disse que era mais divertido ser pirata do que ingressar na marinha.
Adotou a bandeira pirata para a equipe do Macintosh inspirar seu espírito empreendedor. Deu certo.

Alex Osterwalder não gosta quando inovadores se referem a si mesmos como piratas, e explica: piratas operam fora das normas organizacionais e, se suas ideias forem descobertas pelos líderes, eles são mortos.

Sucesso na inovação

Para que a inovação tenha sucesso, é preciso descontruir a premissa falsa de que intraempreendedores devem ver a organização na qual trabalham de forma antagônica.

Ao contrário, o que intraempreendedores querem é instituir a inovação como um processo natural na organização.

A inovação legítima, segundo Tendayi Viki

Apenas com a inovação legitimada como política na organização, todos apoiam os intraempreendedores e se preocupam com o sucesso das iniciativas de mudança.
Intraempreendedores legitimados tendem a serem reconhecidos, e não punidos.

Numa cultura de inovação, os projetos que promovem ruptura são chancelados pela alta administração e têm muito mais chances de obter o suporte de que precisam!
Eles foram encomendados! A chance de serem sabotados é muito menor.

A transformação cultural necessária

Inovação implica em pensar diferente para experimentar formas diferentes de fazer as mesmas coisas ou coisas novas.
Você com certeza conhece gente com perfil intraempreendedor na sua organização, que não apenas contesta o atual estado de coisas, mas se preocupa realmente em propor soluções de melhoria.

Estas pessoas precisam ser aproveitadas. São elas que podem mudar a organização.

Isto é plenamente possível quando a organização investe na estruturação e no empoderamento das pessoas a ponto de fazer com que a governança e a gestão de valor funcionem de verdade, tornando a inovação um macroprocesso vivo, permanente e transparente.

E assim a mudança deixa de ser exceção e vira a regra.

Por Joel Solon Farias Azevedo
Diretor da ProValore

Inspirado no artigo It’s more fun to be a pirate in the Navy, de Tendayi Viki, publicado na Strategyzer

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