Gary Hamel: Não se resolve novos problemas com velhos princípios

em www.hsm.com.br

Gary Hamel afirma que neste século, as empresas sistematicamente mais bem-sucedidas serão as pioneiras em gestão – aquelas que escrevem as novas regras de gestão para uma nova era

“Para assumir a liderança, a empresa precisa de uma visão do futuro da gestão”. O professor explicou que durante milhares de anos, os mercados e as hierarquias eram as únicas alternativas quando se tratava de agregar esforço humano. Hoje, existe uma terceira opção: redes distribuídas em tempo real.

“É notável o fato de a Internet não ter sido criada, nem ser comandada, por uma hierarquia. E você também não encontrará muitas hierarquias entre milhares de novas formas de vida organizacional que proliferam na rede”. Hamel destacou que a gestão do futuro vai se parecer muito com a web e afirma que haverá conflitos.

“As competições mais contundentes do novo milênio não serão travadas da maneira que separa um competidor ou ecossistema de negócios do outro, mas será travada da maneira que separa aqueles que desejam preservar os privilégios e poder da classe burocrática daqueles que esperam criar organizações menos estruturadas e menos administradas”. A questão mais importante em jogo nesta era emergente é a tensão contínua entre criatividade e organização. “Talvez este seja o trade-off de gestão mais crítico e espinhoso de todos e, portanto, o mais merecedor de inovação inspirada”, salienta.

Inteligência, obediência e diligência – As capacidades humanas estão se tornando cada vez mais commodities, e é difícil competir só com isso, ressalta Hamel. “É preciso ter mais dos funcionários, pessoas que tragam criatividade para o trabalho e que desafiem como desenvolver um clima e organização a pensar diferente e que vejam no trabalho um meio de fazer a diferença do mundo”. Essas capacidades não podem ser ordenadas, são dons que as pessoas trazem ou não para o trabalho. Hamel afirma que vamos ter de transformar o modelo de gestão de cabeça para baixo. “Hoje você pode ordenar ou comandar para inspirar a paixão a criatividade e a iniciativa”.

Autonomia e enriquecimento – “Apesar de tudo o que se fala sobre autonomia e enriquecimento no trabalho, nada muda”, afirma. E questiona que tanta gente está desengajada ou pouco engajada? Porque a maior parte do trabalho é muito chato. Mesmo assim, quando você pergunta, 80% das pessoas dizem que gostam do que fazem. O problema não é o trabalho. O problema está na gestão. “Nenhuma economia pode se dar ao luxo de ter tanta gente desengajada”. É preciso lembrar que as pessoas que lideram são as pessoas que os outros querem seguir. “Hoje são as pessoas que escolhem o trabalho que querem. Essa é a realidade da próxima geração”.

Responsabilidade reversa – Ele acredita que é preciso responsabilidade reversa para transferir os funcionários em primeiro lugar e os clientes em segundo lugar, e questiona qual o esforço que todas as empresas têm feito no sentido da reengenharia da gestão. “É isso o que restringe a nossa capacidade de inovar e de inspirar. A inovação não é um privilégio de poucos, e sim um dever de todos”. Para vencer neste novo século, Hamel destaca algumas características importantes:

Disposição para ousar – Hamel afirma que o gestor de hoje não pode se satisfazer em seguir modelos de outros. “Precisamos ser corajosos e ousados”.

Questionar os dogmas – Com o tempo, é o que fica. “As empresas falham porque a capacidade de criar estratégia ainda é falha”. Para o professor, liberdade e disciplina não são trade offs, e o truque para inovação em gestão é transcender isso com os “E”s, separando o que do como. “Mais empreendedorismo e mais colaboração”.

Aprender a partir do futuro – “O futuro não começa a partir do mainstream”. A Internet é construída a partir da liberdade, descentralização, transparência, e aqui temos o contorno do futuro da gestão. O especialista aconselha a olhar para a internet não como uma série de empresas e serviços, e sim como uma oportunidade de realocar a gestão.

Adequada para o futuro – Hamel afirma que pela primeira vez, desde o despertar da era industrial, a única maneira de construir uma empresa que seja adequada para o futuro é construir uma que também seja adequada aos seres humanos.

“Esta é sua oportunidade de construir um sistema de gestão que realmente mereça, respeite e trate com carinho a iniciativa, a criatividade e a paixão do ser humano, componentes esses que são sensíveis e essenciais para o sucesso neste novo milênio”.

Se você não seguir esta tendência, não vai mais conseguir contratar os melhores que existem. Temos de ser revolucionários nas nossas metas e no que fazemos. “O que importa é a sua contribuição, e não as suas credenciais”, conclui.

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