Agile, Scrum, Sprint, Lean, Design Thinking – Diferenças e semelhanças

Se você ainda acha que tais palavrinhas são modismos, é hora de rever os seus conceitos.
Aproveite este momento para entender a importância e as diferenças entre as diferentes abordagens e métodos de gestão da mudança.

Por Joel Solon Farias de Azevedo
Fundador da ProValore

O problema da gestão das organizações é adaptar-se para sobreviver

É o postulado de Darwin no século 19, da teoria da evolução das espécies, mas aplicado às organizações.
Quando a mudança é acelerada lá fora, do lado de dentro a organização precisa se ajustar para correr pelo menos na mesma velocidade do mundo, ou vai ficar para trás.
Usando a metáfora do futebol: um time cai para a segunda divisão, depois para a terceira, até o momento em que fica inviável e deixa de existir.
Exemplos não faltam e os piores são os gigantes que não foram capazes de acompanhar a mudança como Olivetti, Kodak, Xerox e outros tantos.

Aceleração da mudança

Agora olhe novamente para as palavrinhas do título: todas elas remetem à aceleração da mudança visando a preservação, cujo nome mais atual e chique é sustentabilidade, no significado de sobrevivência mesmo.

Agile, Scrum e Sprint

O movimento ágil começou lá no início da massificação da internet, em 2001, no manifesto Ágil.
Alguns desenvolvedores de software incomodados com a baixa resposta e baixa capacidade de mudança declararam algumas crenças e valores capazes de acelerar a mudança e a inovação:
– Indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas;
– Software em funcionamento mais que documentação abrangente;
– Colaboração do cliente mais que negociação de contratos;
– Responder a mudanças mais que seguir um plano.

Agile como contraponto ao tradicional modelo waterfall (cascata)

Sim, se você trabalha com projetos já entendeu isto tem muitos anos.
Não dá mais para gastar um tempão planejando tudo detalhadamente para depois executar tudo em sequência ou até mesmo paralelizando ou distribuindo.
Como foi o projeto do Microsoft Office, por exemplo. O mundo não espera.

Quando você trabalha desse jeito antigo, antes mesmo de terminar o planejamento, muitas premissas, restrições e requisitos já terão mudado tanto, às vezes a ponto de inviabilizar o propósito inicial.
Desse jeito lá no passado remoto se fez as pirâmides no Egito e a muralha na China. Com um escopo rígido e execução lenta que a baixa velocidade de mudança permitia.
Hoje não permite mais. Precisa ajuste constante e precisa aceleração.

Entendendo como funcionam Agile, Scrum e Sprint

De um jeito bem simples, Scrum é uma metodologia ágil para gestão e planejamento de projetos de software que pode ser aplicada a qualquer projeto.
No Scrum, os projetos são divididos em ciclos de entregas semanais, quinzenais ou mensais chamados de Sprints.
O Sprint representa um conjunto de atividades executado num curto espaço de tempo, com entregas tangíveis negociadas previamente com os clientes, ciclo a ciclo.
Nos métodos agéis, a regra é a iteração e interação constante com a participação direta dos clientes durante planejamento e execução e principalmente a aprovação ao final do ciclo, para direcionamento dos próximos ciclos.
Não pode haver escopo rígido fechado previamente, uma vez que a regra é mudança e adaptação constantes.

Lean é outra coisa bem diferente

O Lean é uma abordagem de gestão inspirada em práticas e resultados do sistema Toyota.
A abordagem é um tipo de gerenciamento focado na redução e até eliminação de todos os desperdícios – de tempo, esforço, energia, dinheiro, pessoas, mão-de-obra, e outros.
É a abordagem de quem criou o Just in Time (JIT) há 80 anos atrás. Trabalha com um processo tão enxuto e sincronizado que não tem estoque, tudo chega na linha de montagem no momento em que é necessário, a partir do gerenciamento completo da cadeia de suprimentos, dos fornecedores aos clientes finais. 
Lean é algo mais traduzível como enxugamento extremo, muito oportuno e necessário também fora da indústria e nas organizações muito burocráticas, por exemplo nas organizações prestadoras de serviços públicos.

Design thinking e co-criação

Entenda a abordagem do Design Thinking como orientação a valor na visão do cliente e sempre com a participação do cliente.
No Design Thinking produtos e serviços são definidos e aprimorados constantemente com a participação dos clientes e a partir dos requisitos e expectativas explicitados pelos clientes.

O Design Thinking veio para resolver o maior problema do marketing tradicional, que dava ênfase exagerada a pesquisas e entrevistas sem experimentação e sem prototipação e sem a participação do cliente, e assim abria margem a um viés enorme na interpretação de requisitos, necessidades e expectativas. O que no Brasil chamamos de achismo.

A melhor representação do Desing Thinking é o duplo diamante com ênfase na experimentação e prototipação e co-criação do cliente de ponta a ponta em todo o ciclo de produto ou serviço.

Comparando e entendendo as diferenças

Agora você entendeu que os métodos ágeis, Scrum e Sprint são aplicados na gestão e aceleração da mudança, na prática.
Que Lean significa simplificação e agilização extrema nos processos com foco na redução dos desperdícios.
E que Design Thinking significa a máxima orientação ao cliente, planejando e replanejando tudo com a garantia da participação do cliente.
Significa o foco máximo na análise de valor feita pelo cliente e com o cliente e na entrega do valor definido e atendimento dos requisitos e expectativas, na forma de produtos e serviços de qualidade.

Se você usa iPhone sabe bem do que estamos falando. Talvez você não tenha participado do processo evolutivo de construção conjunta do seu telefone, mas muitas pessoas mundo afora participaram e te representaram. De alguma forma você estava lá, e foi ouvido.
É por isso que o iPhone é um produto atualizado a partir de um processo evolutivo com todos os níveis de mudança: incremental, evolutiva e disruptiva.
Está na versão 12 e tende a continuar existindo por um bom tempo.

Agora volte lá pra cima e olhe novamente a imagem dos telefones evoluindo no tempo, para melhor atender aos seus requisitos.
E entenda que o maior valor está na facilidade de uso e no tamanho da tela e não no aparelho em si.

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