Quando trabalhar demais não significa produtividade

O seu dia parece uma loucura? Você anda até as tampas de trabalho que invade o período noturno várias vezes no mês?

Baixa produtividade – fonte:web

por Eberson Terra no LinkedIn

Eu entendo, você tem uma alta dedicação à sua companhia e acredita que despender mais horas do seu dia trará mais resultados.

Bom, nem sempre!

Trabalhar após o horário normal de expediente pode acontecer excepcionalmente e de maneira esporádica, mas vimos com frequência que esta situação acaba virando rotina em muitas empresas no ápice de seu crescimento, ou justamente pela contenção de gastos.

O resultado do trabalho somente é medido em horas na linha de produção em série

Acontece que a métrica para averiguar o ganho real de resultados (ou de dedicação de um colaborador) não deveria ser a quantidade de horas e sim a sua produtividade.

Esta questão já é uma velha conhecida para nós, mas pouco é feito no ambiente laboral para reverter o quadro e mesmo com leis trabalhistas engessadas que continuamos tendo no país entendo que seria possível avançar mais. Em mais um levantamento de fevereiro de 2018 realizado pela Fundação Getúlio Vargas comprovou que a força trabalhadora no Brasil tem baixíssima produtividade, figurando na posição 50 entre 68 países analisados. Comparando com a Noruega (topo do ranking) os cidadãos trabalham em média 1.426 horas por ano, gerando 100 dólares por hora, enquanto a gente trabalha MAIS (1.711 horas) para gerar apenas 16 dólares de retorno.

O que deixa muito claro que ficar mais horas além do expediente é uma maneira cara e pouco inteligente de tapar este buraco no nosso país.

Líderes que não costumam gerir as taxas de produtividade corretamente podem estar sendo levianos com colaboradores que “aparentemente” saem no horário correto, dando mais valor e crédito aos que ficam após o expediente.

Diversos fatores contribuem para você não atingir seu maior nível de produtividade durante o dia de trabalho, cada um destes motivos deveria ser analisado e respeitado pelo empregador para que as partes consigam, de comum acordo, obter o melhor resultado possível para a empresa. São eles:

#1 – O velho conceito das 08 às 18

Eu gosto muito de trabalhar na parte da manhã. Acordo motivado e depois de um bom café já me embrenho no trabalho pois é quando as coisas parecem que fluem melhor. Mas tenho colegas que rendem mais após o almoço, outros tantos no começo da noite e muitos sentem uma vontade incontrolável de produzir na madrugada.

Se temos diferenças fisiológicas e mentais para produzirmos melhor em diferentes momentos do dia, não faz mais sentido ficarmos presos no velho conceito das 08h às 18h. Infelizmente a gestão do tempo como um padrão social e laboral não promove as melhores condições de produtividade. Obviamente temos atividades comuns, em que os times precisam se reunir em horário comercial, mas a produtividade individual precisa ser respeitada e entendida pelo gestor para potencializar os resultados da empresa sem exaurir o colaborador.

#2 – Gastar energia em atividades de menor impacto e resultado

A gestão do próprio tempo é fundamental para que possamos extrair melhores resultados no ambiente de trabalho. Já que na maioria das empresas, temos a necessidade de cumprir o ritual das 08h às 18h, fica ainda mais necessário que o colaborador consiga entender o que suas atividades representam para a empresa e o impacto que elas causam no negócio como um todo.

É comum que foquemos nossos esforços em atividades que gostamos de realizar, às vezes as mais fáceis, outras mais complexas, mas a importância das mesmas sobre o negócio muitas vezes é colocada de lado em prol do benefício próprio, que é melhorar nosso dia. Por vezes gastamos mais tempo do que deveria em atividades que nos dão prazer, enquanto relevamos aquelas mais chatas em nosso cotidiano. Apesar de parecer um pecado menos grave essa estratégia pode enfraquecer o negócio e também nosso potencial, mostrando que não temos maturidade de priorizar aquilo que realmente é importante para a empresa.

#3 – A “burrocracia” e a falta de recursos adequados para produzir mais

Muitas vezes desejamos produzir mais, buscamos a excelência em nosso trabalho, mas nem sempre temos todo o ferramental para desenvolver plenamente nossas atividades, ou ainda esbarramos em uma série de burocracias que impedem de avançarmos com mais facilidade.

Em pequenas empresas e startups a vida pode ser mais fácil, pois resolver conflitos e problemas não depende de uma infinidade de formulários ou níveis hierárquicos. Conforme as empresas crescem a necessidade de padronizar atividades para que as coisas sejam feitas de um mesmo modo geralmente só facilita a vida dos setores interessados, prejudicando quem mais interessa: o cliente.

Já quando precisamos de uma ferramenta melhor, nos deparamos com a burocracia da aquisição, do orçamento ou da simples vontade para que as coisas aconteçam. A produtividade quando não é medida corretamente, ela vira apenas um “mimimi” de quem precisa na visão de quem deveria ajudar e não julgar.

#4 – Procrastinação no ambiente de trabalho

Nem sempre estamos dispostos a realizar alguma atividade, ou ainda, boa parte de nossa energia no dia é sugada pela pressão e pelas exigências. Parece que quanto mais trabalho temos, mais tentamos usar o subterfúgio da procrastinação, aguardando que os problemas sejam solucionados sozinhos ou que outra pessoa os pegue. Esse perigoso jogo da procrastinação pode definir no futuro, a sua promoção ou seu desligamento. Eu entendo que nem sempre estamos com saco para realizar alguma atividade, e então, por sabermos que ela é fácil e de rápida solução ocupamos nosso dia com algo mais prazeroso até que irmos lá e cumprimos o que precisava em alguns minutos antes de ir embora, e isto pode ser a sua armadilha ao tentar galgar novos desafios na empresa.

#5 – Grande esforço em fazer aquilo que não é sua especialidade

Sabe aquela boa intenção de ajudar alguém ou uma área, para facilitar nosso próprio trabalho lá na frente? Eu sei, pode ser que aquilo faça uma grande diferença para a empresa no resultado final, mas você concorda que não está resolvendo a causa raiz?

Às vezes, na ânsia de ajudar, estamos pegando para si atividades que não nos compete ou que não temos toda a competência para desenvolvê-la. Muitas empresas fecham os olhos para problemas internos enquanto heróis “ajudam” as áreas menos produtivas. Resolver problemas de baixa produtividade é difícil, demorado e quase sempre demanda decisões mais enérgicas que provocam instabilidade no clima da empresa, como intervenções e demissões. Então, deixar que os heróis produzam, afeta menos o ambiente do que resolver a causa raiz na área deficitária, prejudicando exclusivamente a produtividade dos demais que ficam sobrecarregados.

Se você enxerga em seu ambiente de trabalho parte destes sintomas, é muito provável que a produtividade de sua equipe ou da corporação como um todo pode estar comprometida.

Ajude-a e dê o primeiro passo! Tenha a sabedoria da proatividade, mas não seja sozinho o salvador da pátria. Uma empresa é feita por pessoas de diversas áreas, inclusive a de Recursos Humanos, que pode e deve ser a maior incentivadora para se obter um ambiente saudável para o desenvolvimento das suas atividades.

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