Este é o quinto artigo de uma série destinada a entender a necessidade urgente de investir na evolução da governança nas organizações públicas para aumentar a sua eficácia e geração de valor público.
por Joel Solon Farias Azevedo
Fundador da ProValore
No primeiro artigo da série – Governança pública – dicas de sucesso – falamos da necessidade de se ter um calendário anual de governança que privilegie o pensamento estratégico integrado em detrimento da lógica orçamentária inercial e continuísta, tão precária.
No segundo artigo da série – Governança pública – saiba a diferença entre governança e gestão – apontamos item a item as diferentes responsabilidades: da governança com o direcionamento estratégico e monitoramento dos resultados, e da gestão com a execução da estratégia definida e negociada.
No terceiro artigo da série – Dez práticas de sucesso na governança da gestão de pessoas – apontamos os diferenciadores da gestão do conhecimento da organização, que está nas pessoas que a compõem, e a necessidade de alinhamento do desenvolvimento do conhecimento com a estratégia e os objetivos da organização.
No quarto artigo da série – A governança e a gestão ativa dos riscos como oportunidades – apontamos a necessidade de monitorar os cenários externos e internos para permitir a tomada de decisão tempestiva ainda na tendência e antes dos fatos, aproveitando ao máximo as oportunidades.
Pois agora falaremos do planejamento da força de trabalho, o mais crítico de todos os recursos: a alocação ótima das pessoas (quantitativa e qualitativa) e da sua inteligência e conhecimento às atividades desempenhadas pelas organizações.
O problema
Processos e resultados, de pessoas ou não, são medidos em termos de tempo, custo, qualidade e capacidade. E por capacidade entendemos uma carga de trabalho justa para as pessoas, indiferentemente do seu local de trabalho. A consequência do desequilíbrio na alocação implica em desperdício e custo extra nas unidades sobrealocadas e em descumprimento dos prazos e padrões dos serviços nas unidades subalocadas.
Eis o problema: diferentes unidades em diferentes realidades apresentam demandas diferentes em quantidade e complexidade. Além disto, a demanda pode variar para mais ou para menos, com bastante sazonalidade.
Ora, não há nada mais injusto nas organizações que tem várias unidades distribuídas, que em algumas unidades tenhamos equipes sobrecarregadas com muito trabalho enquanto que em outras unidades tenhamos equipes folgadas, com pouco trabalho.
O resultado final para a organização é que sua imagem será arranhada pela baixa qualidade dos serviços prestados nas unidades sobrecarregadas, principalmente pela morosidade na entrega dos serviços. E a sobrecarga de algumas unidades, na média, derrubam a avaliação e a percepção da qualidade dos serviços de toda a organização.
Sabemos que, quando deixadas à sua própria sorte, as unidades tendem a manter e privilegiar o status quo e a zona de conforto em detrimento do interesse social de seus públicos. Portanto, não espere que, no Brasil, as unidades com pouca demanda se ofereçam para ajudar aquelas sobrecarregadas. Isto não vai acontecer.
A solução
Por conta disto, a organização precisa intervir periodicamente para ajustar a capacidade e os recursos das unidades para atender à demanda. É imperativo. É uma questão de justiça.
A organização precisa observar critérios justos que considerem a quantidade e a complexidade da demanda, o estoque e a produtividade das unidades, a avaliação de manutenção ou não das unidades em função da demanda mínima, e a realização de rodadas periódicas de movimentação lateral para atualização da lotação.
Tais critérios e regras precisam ser aprovados em alto nível na organização, no colegiado responsável pela governança da gestão de pessoas.
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